Fábricas chinesas começam a imaginar mundo sem compradores americanos
Empresários chineses buscam novos mercados após quedas nas exportações para os Estados Unidos. Feiras internacionais revelam aumento de interesse no Oriente Médio e na Ásia, enquanto a incerteza econômica persiste.
Empresário chinês Sandy Zeng, da Guangdong Super Technology, expande seu negócio de produtos para pets para o mercado asiático, visando ajustes no design dos itens.
A Feira de Cantão revelou sinalizações de que os exportadores estão buscando novos clientes fora dos EUA, devido às tarifas aplicadas durante a guerra comercial entre as duas potências.
Embora Trump indique que as tarifas poderão ser reduzidas, executivos chineses estão céticos em relação a acordos significativos. Entrevistas com 20 fabricantes mostram apoio firme à China nas negociações comerciais.
Exportadores, como Albert Zhai, cuja empresa fornecia mais de 80% para os EUA, agora planejam focar na Europa e América do Sul.
Encontrar novos mercados é desafiador, pois países tentam proteger suas economias de produtos chineses baratos. A guerra comercial impacta a economia chinesa, com a atividade industrial em contração.
Na Feira de Cantão, visitantes do Oriente Médio e África aumentaram, com incremento de 24% de compradores dos países do BRICS e crescimento de 17% da Iniciativa do Cinturão e da Rota, enquanto a presença de europeus e americanos cresceu apenas 3%.
Exportadores preferem mercados próximos como Oriente Médio e Sudeste Asiático, com uma classe média em expansão. Kim Chong Chim expressou esperança de crescimento no Oriente Médio, enquanto Yuan Li prevê que a Europa compensará a perda das vendas para os EUA.
Empresas que planejavam expandir fora da China estão revisitando esses planos, como a gerente do Zhuguang Group, que decidiu não prosseguir com a construção no Camboja devido à insegurança tarifária.
No entanto, consultas de cidadãos americanos são agora vistas com cautela, preferindo evitar negócios com os EUA.