Falta de provas, foro privilegiado: o que disseram as defesas dos acusados de golpe
Julgamento no STF pode levar Jair Bolsonaro e aliados a se tornarem réus por tentativa de golpe de Estado. Defesas contestam acusações e questionam a falta de provas concretas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal iniciou o julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro e seus aliados réus por tentativa de golpe de Estado.
No início da sessão, o ministro relator, Alexandre de Moraes, leu o relatório da denúncia. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou seus argumentos, seguidos pelas defesas.
A defesa de Mauro Cid, tenente-coronel delator, renunciou ao tempo de defesa, afirmando que “cumpriu com seu dever” e espera absolvição. Cid é considerado peça-chave na investigação.
Defesa de Jair Bolsonaro: alegou que o ex-presidente foi “o mais investigado da história do país” e que “nada foi encontrado”.
Os argumentos das defesas foram:
- Alexandre Ramagem: Defesa alega que não foi destacada sua participação na trama golpista.
- Almirante Garnier dos Santos: Questiona sua inclusão na minuta golpista, já que outros comandantes não se comprometeram.
- Anderson Torres: Alega ausência de provas de uso da PRF para prejudicar as eleições e que ele estava de férias durante invasões em Brasília.
- Augusto Heleno: Argumenta que presença em reunião não indica anuência à trama golpista; defende que as provas da PGR são inconsistentes.
- Paulo Nogueira: Questiona a falta de indícios sólidos e destaca que não tentou intervir nas eleições.
- Walter Braga Netto: Solicita nulidade da delação de Cid, afirmando que ele foi coagido a incriminar aliados.
O julgamento segue e, se a denúncia for aceita, os acusados se tornarão réus, com o processo incluindo depoimentos e diligências. A sentença final é esperada para 2025, visando evitar interferências nas eleições de 2026.