Falta de tecnologia no mercado offshore é principal queixa entre investidores
Transformações no mercado offshore exigem adaptação tecnológica urgente. Especialistas destacam que a nova legislação tributária traz complexidade que carece de soluções rápidas e eficientes.
Mercado Offshore em Transformação
O mercado offshore está passando por mudanças estruturais profundas devido à nova legislação tributária brasileira e à conscientização sobre sucessão patrimonial.
Durante o Avenue Connection em São Paulo, William Heuseler (Itaú Unibanco) e Daniel Amorim (Catalyst) destacaram que a falta de tecnologia é um crescente gargalo nesse contexto.
Os investimentos offshore consistem em aplicações financeiras em ativos fora do país de residência do investidor, como contas bancárias e empresas no exterior.
Em 2022, a reforma tributária trouxe novas regras para ativos offshore, alterando a forma de tributação:
- Estruturas transparentes: tratadas como pessoa física, indicadas para fins sucessórios.
- Estruturas opacas: tributadas com alíquota de 15% sobre a variação anual do patrimônio líquido.
Heuseler menciona que a nova legislação aumenta a complexidade contábil dos fundos, tornando essencial a precisão e acesso ágil a informações fiscais e contábeis.
“A tecnologia é vital”, enfatiza Heuseler, sublinhando a necessidade de uma plataforma que ofereça controle integral. Daniel complementa que, embora existam soluções tecnológicas emergindo, o setor fiduciário ainda carece de eficiência.
A lentidão dos provedores e a falta de padronização continuam a ser problemas no mercado. “O cliente deseja transparência e agilidade”, diz Daniel.
A barreira tecnológica não apenas inibe investidores já ativos, mas também limita o acesso de novos investidores ao mercado global.
Por fim, Heuseler alerta sobre as complicações que podem surgir na gestão dos ativos offshore, destacando a necessidade de consciência nas estruturas de propriedade.
Os especialistas autorizam que a solução para o atual cenário é a união entre o setor bancário e o fiduciário, com foco em inovação. A falta disso pode prejudicar a competitividade das gestoras e plataformas no futuro.