Faria Lima começa a medir 'risco PCC' em investimentos
O avanço do crime organizado na economia brasileira gera preocupação entre investidores e cidadãos, que temem pela segurança e legalidade nas operações comerciais. Facções como o PCC e o CV estão se infiltrando em diversos setores, criando um ambiente de concorrência desleal e riscos para negócios formais.
Facções criminosas ganham destaque no ambiente econômico do Brasil
Nas sedes de bancos e empresas da avenida Faria Lima, em São Paulo, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) são temas de preocupação para investidores. Eles buscam entender como essas facções afetam o mercado brasileiro.
A Folha entrevistou empresários e economistas, que expressaram a ameaça de infiltração do crime organizado, resultando em concorrência desleal e comprometendo a segurança dos negócios.
Rubens Ometto, do grupo Cosan, enfatizou a importância de coibir essas práticas. As facções estão se infiltrando em setores variados, como combustíveis, mercado imobiliário e até clínicas odontológicas.
A pandemia alterou o modus operandi das facções, que agora aproveitam brechas legais para operar legitimamente. Investigadores do Gaeco relataram que o PCC atuou em empresas de ônibus e no setor financeiro, utilizando técnicas sofisticadas para ocultar sua participação.
Especialistas expressam a necessidade de medidas contra essa infiltração, destacando que as facções criminosas estão se constituindo como empresas legítimas. As investigações revelaram um cenário complexo onde a identificação do crime é desafiadora.
O setor de combustíveis enfrenta um alto grau de risco devido à falta de regulação e supervisão, o que agrava a concorrência desleal. Paç0s estão sendo debatidos tanto pelo procurador-geral da República Paulo Gonet quanto pela Febraban, com a necessidade de regulamentação mais rígida para fintechs.
A USP e o BID também estão mobilizados em busca de soluções contra a infiltração do crime organizado. A abordagem proposta envolve identificar e interromper as fontes de financiamento do crime, similar à luta contra o terrorismo.
O desafio, portanto, vai além da fiscalização: a integração de esforços é essencial para conter a ameaça que as facções representam ao ambiente econômico legal do Brasil.