Farmacêuticas pedem proibição de remédio que imita Ozempic em farmácia de manipulação

Farmácias de manipulação vendem produtos relacionados a emagrecimento, como semaglutida e tirzepatida, sem referência a seus medicamentos originais, Ozempic e Mounjaro.

Essa prática gerou preocupações médicas e uma reação da indústria farmacêutica, que denuncia concorrência desleal.

O Sindusfarma enviou denúncias à Anvisa, acusando farmácias de manipulação de atuar ilegalmente. A entidade destaca que essas farmácias não seguem os mesmos padrões de segurança que a indústria farmacêutica.

Segundo o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, as farmácias manipuladoras não provam a certificação de seus fornecedores, obrigatória para indústrias farmacêuticas.

A Interfarma pede a proibição total da manipulação de agonistas GLP-1, alegando que isso configura escala industrial irregular, citando 4 milhões de produtos com semaglutida e 2 milhões de tirzepatida que poderiam ser produzidos.

As farmácias de manipulação deveriam, segundo o Sindusfarma, oferecer apenas produtos personalizados, masestão praticando produção em escala e fazendo publicidade ilegal.

Conforme a Biofarma, não tem conhecimento das denúncias e afirma seguir boas práticas de manipulação. A Formulados Farma também defende que suas atividades estão dentro das normas.

Para Renato Porto, da Interfarma, a nova exigência da Anvisa de retenção de receita não é suficiente, pois os riscos de manipulação são altos.

A Anvisa confirmou ações para fiscalizar farmácias e distribuidores de insumos farmacêuticos e anunciou a proibição de lotes de semaglutida e tirzepatida para duas empresas.

A Novo Nordisk e a Lilly afirmam que não existem medicamentos manipulados ou genéricos aprovados para semaglutida e tirzepatida no Brasil e estão prontas para agir legalmente contra as práticas irregulares.