Fed deve ignorar pressão de Trump por corte e manter juros pela 3ª reunião seguida

Federal Reserve (Fed) deve manter os juros estáveis pela terceira vez consecutiva na reunião que termina nesta quarta-feira, 7.

Bancos e consultorias acreditam que o BC americano ignora os apelos de cortes de juros feitos por Donald Trump e focam na análise de dados econômicos recentes.

As chances de o Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC) manter a faixa de juros entre 4,25% e 4,50% são quase 100%. O corte de 25 pontos-base tem apenas 4,5% de probabilidade.

No ano passado, o Fed cortou 1 ponto porcentual em três etapas. Trump argumenta que o Fed deve cortar juros, pois “não há inflação” e o emprego está forte, embora tenha criticado Jerome Powell, presidente do BC americano.

Powell defende que o Fed tomará decisões com base em dados, não por pressões políticas. O ING observa que a economia americana está esfriando, o que pode abrir caminho para cortes no segundo semestre.

Para a Oxford Economics, a redução de juros deve ocorrer apenas em dezembro, já que o último payroll demonstrou um mercado de trabalho “saudável o suficiente”.

A Capital Economics indica que a contração do PIB e a estabilização dos preços poderiam levar a cortes de juros, mas a incerteza atual impede essa ação imediata.

A recuperação do PMI indica que as tarifas não levarão à recessão, mas criarão pressão inflacionária, mantendo o Fed em modo de espera até um novo presidente em 2026.

Entre os votantes, John Williams e Susan Collins destacam a necessidade de cautela e análise de dados antes de qualquer decisão de corte. Christopher Waller diz que impactos tarifários explícitos não devem surgir até julho, com maior clareza esperada na segunda metade do ano.

A decisão do Fed será divulgada na quarta-feira, às 15h, com comentários de Powell às 15h30.