Fed e BC: como as sinalizações de política monetária desta 4ª podem sacudir o mercado
Investidores aguardam decisões que podem impactar juros no Brasil e nos EUA. Expectativa de alta na Selic e manutenção das taxas nos Estados Unidos reforçam incertezas no mercado financeiro.
Investidores estão atentos às decisões do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil (BC) nesta quarta-feira (19), conhecida como Super-Quarta.
As expectativas são de que o Fed mantenha os juros nos EUA entre 4,25% e 4,50%, enquanto o Copom deve elevar a Selic de 13,25% para 14,25%.
Essa possível elevação levaria a Selic ao maior nível desde 2016, em um ambiente de inflação elevada e incertezas fiscais.
Enquanto há consenso sobre a alta de um ponto percentual, as opiniões divergem sobre os próximos passos do BC.
Nos EUA, a inflação continua alta, podendo levar o Fed a manter a política de juros elevados, o que pode reforçar o dólar e pressionar o real.
O PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024, mas desacelerou no último trimestre. O IBC-Br avançou 0,9% em janeiro, superando expectativas.
A inflação no Brasil é de 5,06%, e a projeção indica novo estouro da meta em junho. O comportamento do mercado dependerá da interpretação dos comunicados dos bancos centrais.
O ambiente internacional é volátil, com a guerra comercial dos EUA levantando incertezas sobre a inflação global.
A gerente de Research da Nomad, Paula Zogbi, alerta que uma postura hawkish do Fed pode pressionar o câmbio e a Bolsa brasileira.
O dólar pode se fortalecer, tornando ativos emergentes menos atrativos.
O gestor de portfolio da Oby Capital, Camilo Cavalcanti, menciona que os juros elevados nos EUA podem reduzir a entrada de capital na Bolsa brasileira.
Por outro lado, Raphael Figueredo da XP Investimentos, acredita que o Fed pode agir com cautela, avaliando impactos antes de decisões drásticas.
Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3, aponta que o Copom pode sinalizar cautela, dependendo da postura fiscal do governo.
Os investidores estão adotando uma postura defensiva, priorizando empresas com bons dividendos e baixo risco, conforme a expectativa de juros elevados.
Se o BC continuar a elevar juros, setores como varejo e construção civil podem ser impactados, limitando o poder de compra. Enquanto isso, um controle firme da inflação pode favorecer setores mais defensivos.