Fed mantém juros inalterados nos EUA e intensifica tensão com Trump

Fed mantém taxa de juros nos EUA entre 4,25% e 4,50% pela quarta vez consecutiva. A decisão unânime intensifica a crise entre o banco central e o presidente Donald Trump, que pressiona por cortes.

O mercado esperava a manutenção, pois as perspectivas econômicas permanecem incertas em meio à guerra comercial e conflitos no Oriente Médio. A decisão deve resultar em maior pressão sobre o Fed, especialmente após Trump sugerir que poderia nomear a si mesmo para a presidência do Fed por considerar que Jerome Powell, atual presidente, "faz um trabalho ruim".

Antes do anúncio, o dólar estava estável a R$ 5,499 e a Bolsa subia 0,08%. Na última reunião do Fed, em maio, as autoridades observaram que as incertezas econômicas aumentaram, com riscos de maior inflação e desempleo.

Trump e Powell se reuniram em maio para discutir a política monetária, onde Powell reiterou que ela será determinada por dados econômicos. Trump acredita que o Fed "comete um erro" ao não cortar juros, prejudicando a economia americana.

Desde maio, os EUA buscaram acordos comerciais, incluindo uma trégua com a China para reduzir tarifas. Em um recente tratado, a China concordou em fornecer imãs e minerais raros para os EUA em troca de acesso a universidades.

O Fed mantém sua cautela sob a administração Trump. Powell destacou a importância de manter as expectativas de inflação ancoradas e que a economia está em uma posição sólida, embora elevada incerteza persista.

Dados recentes mostram que a inflação aumentou 2,1% em 12 meses até abril, mesmo com Trump criticando a decisão do Fed e pedindo cortes significativos na taxa de juros devido a sinais de fraqueza no mercado de trabalho.

Atualmente, o Fed busca clareza sobre o futuro econômico antes de quaisquer novas orientações sobre juros, considerando a possibilidade de inflação alta ou crescimento mais fraco.