Federação das indústrias de MG teme efeito inflacionário e defende diálogo entre Brasil e EUA
Empresários alertam sobre os riscos da tarifação americana e a necessidade de negociação entre Brasil e EUA. A reciprocidade na taxação pode gerar inflação e afetar gravemente setores estratégicos da economia brasileira.
Decisão dos EUA: Taxação de 50% sobre produtos importados do Brasil impactará indústrias, especialmente siderurgia e metalurgia.
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, sugere um processo de negociação para evitar efeitos adversos e alertou sobre o risco de inflação caso o Brasil reaja com retaliação.
"A tarifa americana pode não gerar impacto inflacionário no Brasil e, possivelmente, terá efeito deflacionário com aumento da oferta interna", afirmou Roscoe. Porém, a reciprocidade da taxação poderia causar inflação no país.
Os EUA são o principal mercado para a indústria de transformação em Minas Gerais. Se a tarifa não for reduzida, alguns setores poderão ter dificuldades em encontrar novos destinos para suas exportações.
No primeiro semestre, 38,43% das exportações de café de Minas foram para os EUA, totalizando US$ 953,9 milhões. Outros dados relevantes incluem:
- 18,52% das exportações de ferro fundido bruto (US$ 459,7 milhões);
- 3,74% dos embarques de ferro-nióbio (US$ 92,9 milhões);
- 3,61% de produtos semimanufaturados de ferro e aço (US$ 89,5 milhões);
- 3,48% das carnes bovinas (US$ 86,3 milhões).
Roscoe conclui: "Os EUA são um parceiro tradicional do Brasil e ambos os países perdem com a falta de um comércio ativo e complementar."