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FGV: Saldo de vagas com carteira assinada despencou 3 dígitos em setores como alimentação e comércio

Queda nas contratações formais em março de 2025 revela uma desaceleração generalizada no mercado de trabalho brasileiro. Setores como comércio e serviços enfrentam perdas substanciais em comparação ao mesmo mês do ano passado.

Desempenho do emprego em março de 2025 mostrou resultados negativos em comparação ao mesmo mês do ano anterior, segundo estudo do FGV Ibre.

A queda de vagas com carteira assinada foi significativa nas principais atividades econômicas, incluindo:

  • Alojamento e alimentação: -215,6%
  • Comércio e reparação de veículos: -126,7%
  • Atividades administrativas e serviços complementares: -101,2%

O levantamento usou dados do Novo Caged e revelou que todos os dez setores analisados tiveram uma redução acentuada de emprego, comparando 2024 com 2025.

O saldo de empregos no mês de fevereiro de 2025 foi de 437.111 novas vagas, enquanto março registrou 71.576 postos – uma queda acentuada em relação a março de 2024, com 245.395 vagas abertas.

Fato importante: a ocorrência do carnaval em março de 2025 impactou os resultados, já que em 2024 foi em fevereiro. Isso refletiu um aumento de demissões e menor contratação temporária após as festividades.

Na comparação, as perdas foram evidentes:

  • Alojamento e alimentação: de +7.576 para -8.755 postos
  • Comércio: de +38.659 para -10.310 postos
  • Serviços administrativos: de +30.577 para -367 postos

Outras atividades, embora com saldo positivo, apresentaram quedas significativas em relação a março de 2024, destacando-se:

  • A água, esgoto e gestão de resíduos: -86,8%
  • Artes e cultura: -66,9%
  • Indústrias de transformação: -63,0%

Taxa de juros em alta e falta de cumprimento de metas fiscais pelo governo estão influenciando a dinâmica do mercado de trabalho.

O número de vagas temporárias caiu drasticamente, passando de +196 em março de 2024 para -12.043 em março de 2025. A categoria Geral teve uma redução de 74,1% nas vagas.

Em todos os níveis educacionais, houve queda no saldo de empregos:

  • Ensino fundamental incompleto: -24,1%
  • Ensino médio incompleto: -74,2%
  • Ensino superior incompleto: -66,5%
  • Ensino superior completo: -72,2%

Para o segundo trimestre, a expectativa é de estabilização do mercado de trabalho, com geração de grandes volumes de empregabilidade abaixo da média dos anos anteriores, devido à elevação da taxa de juros.

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