Fim da alta da Selic dependerá das projeções de inflação do BC, diz Mesquita, do Itaú
Economista do Itaú Unibanco destaca a importância das projeções de inflação para o futuro da taxa Selic. Mario Mesquita analisa os desafios e possibilidades para o Banco Central no controle da inflação e da política monetária.
Banco Central precisa que projeções de inflação fiquem próximas à meta de 3% para terminar o ciclo de alta da Selic, afirma Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.
Em entrevista à Bloomberg, Mesquita disse: “O BC não deve fazer um movimento divorciado das projeções”.
O Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, prevendo uma inflação a 3,9% no 3º trimestre de 2026.
Mesquita ressalta que uma projeção acima de 3,5% já está distante da meta. Ele sugere que o BC pode estipular um cenário alternativo com uma Selic estável, indicando o fim do ciclo de alta.
O Itaú, que cortou a previsão de Selic de 15,75% para 15,25%, atribui a mudanças aos efeitos da queda do dólar e riscos menores para a inflação. A ata do Copom foi considerada "firme e direta" em relação à inflação.
Mesquita, ex-diretor do Banco Central, aponta que não há espaço para cortes na Selic este ano. O economista vê o dólar perto de R$ 5,75 até o fim do ano, dependendo de um cenário favorável.
Comentando sobre as tarifas de Trump, Mesquita acredita que o Brasil deve ser incluído, mas talvez consiga negociar isenções ou taxas menores, ressaltando que o impacto econômico será limitado.
Ele defende o modelo original do teto de gastos para melhorar a situação fiscal e retomar o grau de investimento. "É difícil controlar as contas sem atacar a rigidez orçamentária", concluiu.