Fim da Voz da América ameaça democracia e liberdade no mundo
Cortes no financiamento da Voz da América geram preocupações sobre a liberdade de imprensa e a disseminação de informações na América Latina. Especialistas alertam que a medida pode intensificar a desinformação e prejudicar relações diplomáticas dos EUA na região.
Governo Trump corta financiamento da imprensa externa.
O governo do presidente Donald Trump anunciou um drástico corte no financiamento de meios de comunicação financiados pelos EUA, afetando diretamente a Voz da América (Voice of America), que já alcançou mais de 360 milhões de pessoas em 49 idiomas.
A emissora, criada na Segunda Guerra Mundial, desempenha um papel crucial na disseminação de informações e valores americanos, mas o governo atual considera sua atuação desnecessária. A Voz da América tem um orçamento anual de US$ 267,5 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão).
O diretor da emissora, Michael Abramowitz, lamentou a dispensa de "virtualmente toda a equipe" e a interrupção da programação de notícias em algumas estações, que agora transmitem música.
Especialistas criticaram a decisão por impactar a liberdade de imprensa e aumentar a desinformação, especialmente na América Latina. Segundo Manfredo Marroquín, isso é uma "medida antidemocrática". A Federação Internacional de Jornalistas também se manifestou contra, afirmando que a perda de empregos na imprensa afeta os direitos à informação.
A decisão pode resultar em deterioração das relações dos EUA com a América Latina e aumentar o déficit de informação na região, onde a necessidade de fontes de informações confiáveis é alta.
O Global Times, veículo chinês, celebrou o corte, acusando a Voz da América de propagar mentiras sobre a China. Observadores alertam que essa ação pode criar vácuos que outras potências, como Rússia e China, podem preencher.
A Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade busca barrar a decisão na Justiça, destacando que a diminuição da presença da Voz da América representa um risco para os interesses geopolíticos dos EUA em um cenário global cada vez mais competitivo.