Fintech que teve conta de R$ 270 milhões bloqueada foi comprada há 2 meses por ex-cozinheiro
Soffy troca de controle e enfrenta bloqueio judicial de R$ 270 milhões após ataque cibernético. Novo proprietário, com histórico em gastronomia, busca esclarecer suspeitas e se credenciar no sistema Pix.
A Soffy Soluções de Pagamentos, que teve R$ 270 milhões bloqueados pela Justiça de São Paulo devido a suspeitas de recebimento de valores desviados por hackers no ataque à C&M Software, mudou de dono em maio deste ano.
A empresa passou a ser controlada por Stevan Paz Bastos, que, segundo seu perfil no LinkedIn, tem experiência como chef de cozinha e dirige a Distribuidora PeixeBoi em Campo Grande (MS).
A Soffy, fundada há cinco anos em Atibaia como Banco Agils e com sede na Avenida Paulista, foi inicialmente sócia do grupo BMB, de Rodrigo Antonio Bernardes de Freitas. A empresa foi vendida para Stevan após uma tentativa de venda frustrada em janeiro.
Embora seu histórico no LinkedIn seja voltado para culinária, Stevan é formado em contabilidade e possui negócios em setores diversos, incluindo vendas online. Ele se aproximou dos irmãos Freitas no início deste ano.
De acordo com um interlocutor, "a BMB vendeu tudo e não tem ligação nenhuma com a Soffy", com a transação registrada em contrato junto ao Banco Central.
No momento da venda, a Soffy tinha um capital de R$ 1 milhão, mas o valor da transação não foi revelado. Após a aquisição, Stevan montou uma nova equipe e estava em processo de se credenciar como participante indireto do Pix.
A Soffy está em contato com o Banco Central e mobilizando sua equipe jurídica para esclarecer os fatos, especialmente após ser desligada do Pix, o que resultou em perda de acesso a algumas contas.
Em nota oficial, a empresa afirmou confiar na apuração das autoridades competentes para resguardar sua reputação no desenvolvimento da tecnologia brasileira.