Fintechs buscam soluções para empresas ignoradas por grandes bancos
Fintechs acreditam que podem democratizar o acesso ao crédito com soluções ágeis e desburocratizadas. Especialistas ressaltam a importância de um modelo sustentável para enfrentar a inadimplência e oferecer taxas justas aos micro e pequenos empreendedores.
Sebrae estima que 6,5 milhões de CNPJs no Brasil estão inadimplentes. Valdir Oliveira, gerente de serviços financeiros do Sebrae, afirma que 88% das micro e pequenas empresas não procuram bancos para crédito, sabendo que não conseguirão.
As fintechs buscam preencher essa lacuna de mercado com soluções mais ágeis e menos burocráticas.
Oliveira explica que o endividamento impacta o crédito, pois os bancos devem provisionar recursos baseados no risco. Isso dificulta o empréstimo.
Raphael Levi, CEO da Flip, destaca que clientes podem acessar opções de crédito em tempo real, e o dinheiro pode entrar na conta no mesmo dia sem necessidade de interações com bancos.
A fintech CashU utiliza inteligência artificial para analisar 1.500 informações antes de aprovar crédito, levando em conta variáveis comportamentais e de mercado.
Em fevereiro, a CashU captou R$ 100 milhões para expandir crédito. O Sebrae não vê relação direta entre a dificuldade de crédito e a pandemia ou o aumento dos juros.
Uma pesquisa revelou que 57% dos MEIs consideram o pagamento de dívidas como mais de 30% dos seus custos. Fintechs podem ajudar a reduzir as taxas de juros, mas precisam de um modelo sustentável.
Gustavo Traballe, COO da Flip, afirma que bons pagadores muitas vezes pagam mais pelo crédito devido à forma como os bancos calculam riscos. A CashU acredita que muitos bons pagadores são subestimados pelo mercado.