Fomc deve manter juros, de olho no tarifaço, pressão de Trump e economia resiliente
Decisão do Fomc pode impactar inflação e emprego em meio a pressões políticas. Mercado aguarda detalhes sobre a comunicação da manutenção dos juros na reunião de quarta-feira.
Expectativa de Manutenção dos Juros nos EUA
A maioria dos agentes do mercado financeiro acredita que o FOMC, o comitê de política monetária dos EUA, manterá os juros entre 4,25% e 4,50% ao ano na reunião de quarta-feira, 30. A probabilidade disso acontecer é de 96,9%, segundo o CME Group.
Os diretores do Fed estão sob pressão política de Donald Trump e enfrentam incertezas sobre o impacto inflacionário das tarifas. A atenção se volta para a análise dos sinais de pressão inflacionária e o prazo de 12 de agosto para um acordo entre EUA e China.
A economista Andressa Durão espera que Jerome Powell reafirme a eficácia da política monetária, apesar dos efeitos da inflação. Ela sugere que os dados do PIB do segundo trimestre, a serem divulgados na quarta, influenciarão a decisão.
Os últimos dados de inflação mostram uma reaceleração dos preços, com o índice acumulado em 2,7% e o núcleo em 2,9%. Itens como vestuário e eletrodomésticos já refletem o aumento de custos.
O economista Gustavo Sung destaca que a pressão inflacionária deve aumentar no segundo semestre. A taxa de desemprego se mantém estável em 4,1%, sugerindo um mercado de trabalho sólido.
Sung afirma que o Fed deverá manter os juros por mais tempo, permitindo que a economia se ajuste após os choques das tarifas. Ele prevê cortes a partir de dezembro de 2025.
Por outro lado, Bruno Cotrim, da Top Gain, aposta em cortes a partir de setembro, dependendo de uma maior estabilidade no mercado de trabalho.