'Foram os dia mais difíceis da minha vida', diz brasileira de 19 anos presa nos EUA pelo serviço de imigração

Caroline Dias Gonçalves, brasileira de 19 anos, foi detida em 5 de junho nos EUA pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). Ela revelou que os últimos 15 dias foram os mais difíceis de sua vida.

Caroline estuda enfermagem na Universidade de Utah através de uma bolsa da organização TheDream.US. Ela foi solta sob fiança em 20 de junho, após mais de 36 horas desde a decisão da Justiça americana.

A jovem vive nos EUA desde os 7 anos, após a família entrar com um visto turístico que expirou. Eles solicitaram asilo há três anos, mas aguardam uma decisão.

Durante a detenção em Aurora, Colorado, Caroline criticou a qualidade da comida e relatou diferença de tratamento entre imigrantes que falam inglês e os que não falam. "Isso partiu meu coração", disse.

A secretária adjunta do >Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin, rechaçou as afirmações de Caroline, alegando que são falsas. Afirma que o ICE não discrimina imigrantes pelo idioma falado.

O advogado de Caroline, Jonathan M. Hyman, criticou a retórica da secretária e destacou a necessidade de maior transparência por parte do ICE.

Em sua declaração, Caroline agradeceu pela mobilização em sua defesa e destacou que mais de 1.300 imigrantes ainda vivem na mesma situação. Ela espera que mudanças sejam feitas para evitar que outros passem pelo que ela passou.

A prisão ocorreu em um contexto de dureza nas políticas de imigração dos EUA, com um recorde de 51 mil imigrantes detidos. O caso de Caroline gerou mobilização para arrecadar fundos para sua defesa contra a deportação.

A detenção de Caroline começou após uma abordagem de trânsito em que um policial a liberou, mas que posteriormente acionou o ICE. O Gabinete do Xerife do Condado de Mesa informou que investiga o envolvimento do policial.

Caroline pediu que outras pessoas tivessem uma chance justa de ajustar seu status imigratório e expressou seu perdão ao agente que a prendeu.