Força de moedas em LatAm carece de fundamentos sustentáveis, avalia JPMorgan
Análise aponta que a valorização das moedas na América Latina é ilusória, refletindo a fraqueza do dólar e não a força econômica local. Especialistas alertam para a fragilidade fiscal e o baixo crescimento que podem comprometer o desempenho das economias na região.
A América Latina inicia 2025 com aparentes forças cambiais, apesar do enfraquecimento de seus fundamentos macroeconômicos. Nur Cristiani, do JPMorgan Private Bank, afirma que a valorização recente das moedas é reflexo da fraqueza do dólar, e não de uma força local.
As moedas da região não devem manter os níveis de valorização vistos no primeiro semestre, devido a condições fiscais frágeis e baixo crescimento [[ neste contexto, não haverá suporte para o carry trade ]].
O JPMorgan projeta desafios específicos por país:
- México: Previsão de recessão de 0,5% em 2025, com queda no investimento privado.
- Colômbia: Crescimento positivo, mas frágil e dependente de gastos públicos, com um déficit fiscal projetado de 6%.
- Brasil: Enfrenta desafios fiscais e complexidade política. O Banco Central deve cortar juros.
- Argentina: Oportunidades podem surgir com o novo governo de Javier Milei, mas são necessárias reformas estruturais.
Além disso, o impacto do conflito no Oriente Médio é visto como limitado, mas desigual para países da região. Brasil e Colômbia podem se beneficiar de preços altos do petróleo, enquanto Chile deve agir com cautela.
O JPMorgan sugere uma estratégia de investimentos resilientes para 2025, buscando diversificação e ativos não tradicionais, como inteligência artificial e infraestrutura energética.
A visão do banco é que a volatilidade recente reforça a necessidade de construção de carteiras com baixa correlação e exposição a temas que transcendem os ciclos econômicos e políticos.