Ford diz que manterá fábrica de baterias nos EUA mesmo se benefício fiscal mudar
Ford avança com construção de fábrica de baterias em Michigan, apesar de possíveis restrições a incentivos fiscais. A planta, que deve gerar 1.700 empregos, utilizará tecnologia licenciada da chinesa CATL e enfrentará desafios com a legislação do Congresso.
A Ford anunciou a construção de uma fábrica de baterias em Michigan, custando US$ 3 bilhões (R$ 16,51 bilhões), independentemente da possível inelegibilidade para incentivos fiscais.
A planta, localizada em Marshall, utilizará tecnologia licenciada da chinesa CATL. A construção foi aprovada há dois anos, esperando crédito fiscal da Lei de Redução da Inflação da administração Biden.
Perder esses créditos afetaria significativamente o desempenho financeiro da fábrica, segundo a Ford.
Republicanos no Congresso estão propondo um projeto de lei que exclui apoio federal para fábricas com tecnologia chinesa. Donald Trump apoia essa proposta, criticando as iniciativas para veículos elétricos.
Durante a visita à fabrica, Lisa Drake, vice-presidente da Ford, afirmou que a empresa seguirá em frente, mesmo diante das restrições legais. "Não queremos recuar nesta instalação", disse ela.
Um membro do UAW alertou que a eliminação dos créditos fiscais pode reduzir as vendas de veículos elétricos em até 40% até 2030 e impactar negativamente empregos.
A Lei de Redução da Inflação oferece incentivos fiscais para consumidores e montadoras, podendo cobrir 25% do custo da nova fábrica.
A proposta republicana barraria créditos para fábricas com materiais de países como China, Irã, Coreia do Norte e Rússia, prejudicando a Ford, que pretende iniciar a produção em 2024 e criar 1.700 empregos.
A fábrica produzirá baterias LFP, que são mais baratas e não utilizam níquel ou cobalto. Apesar de sua utilidade, a Ford teria optado por construir fora dos EUA se não recebesse promessas de créditos.
A construção já enfrenta desafios com tarifas impostas por Trump, que afetam a maquinaria importada da China.