Forte queda na venda de papel ondulado nos EUA é sinal de que a economia esfriou com tarifaço
Queda nas vendas de papelão ondulado sinaliza preocupação com a demanda no varejo e saúde econômica dos consumidores. Especialistas afirmam que a redução nas encomendas de caixas pode ser um indicativo de problemas futuros para o setor.
Analistas e investidores aguardam o relatório de vendas no varejo que será divulgado nesta sexta-feira, buscando entender o sentimento das famílias americanas sobre a economia.
Um indicador não tradicional, as vendas de papelão ondulado — usado para fabricar caixas de transporte — estão em queda, sinalizando uma possível correção na demanda no varejo.
Os embarques de caixas nos EUA caíram para o menor nível no segundo trimestre desde 2015, segundo a Fibre Box Association.
A International Paper registrou queda de 5% nos embarques diários em relação ao ano anterior, enquanto a Smurfit Westrock Plc viu redução de 4,5% na América do Norte.
O CEO Anthony Smurfit expressou preocupação com a falta de aumento nos volumes de vendas.
Com o consumo representando quase 70% da economia dos EUA, qualquer queda na atividade varejista gera alertas.
As vendas no varejo se recuperaram em junho, mas as previsões para julho indicam novos aumentos, impulsionados por promoções como o Prime Day da Amazon.
A demanda por papelão pode ser um indicador em tempo real da atividade de compra e produção, segundo Brett House, professor de economia.
A queda na demanda por embalagens é influenciada pela incerteza sobre tarifas e seus impactos nos custos e demanda a longo prazo.
Transportadoras como FedEx e UPS não divulgaram projeções anuais devido à insegurança econômica.
As promoções nos supermercados e a baixa rotatividade no mercado imobiliário refletem um cenário deprimido de consumo.
A queda nas vendas de caixas representa uma reversão em relação ao início da pandemia, quando a demanda por embalagens era alta.
A Smurfit Westrock anunciou o fechamento de uma fábrica em Iowa e a International Paper encerrará operações em quatro unidades, impactando significativamente as comunidades locais.
Ron Sasine sugere que uma “renascença” da manufatura doméstica poderia ajudar, mas isso dependeria de um aumento na produção local.
Em resumo, os fabricantes de caixas enfrentam um cenário desalentador e estão preocupados com a falta de sinais positivos na demanda.