Fortuna do 1% mais rico poderia acabar com a pobreza 22 vezes, aponta estudo
Novo relatório da Oxfam revela que a desigualdade se acentua em meio à crise global, com um aumento significativo na riqueza dos mais ricos. Propostas para reverter esse cenário, incluindo a taxação de super-ricos e novos investimentos em serviços públicos, serão apresentadas em conferência internacional.
Desigualdade global em números:
Enquanto 3,7 bilhões de pessoas sobrevivem com menos de US$ 8,30, o 1% mais rico acumulou mais de US$ 33,9 trilhões desde 2015, suficiente para acabar com a pobreza global 22 vezes, segundo a Oxfam.
O relatório, "Do Lucro Privado ao Poder Público: Financiando o Desenvolvimento, Não a Oligarquia", mostra que a riqueza de 3 mil bilionários cresceu US$ 6,5 trilhões e já representa 14,6% do PIB global.
Entre 1995 e 2023, a riqueza privada global aumentou US$ 342 trilhões, enquanto a pública cresceu apenas US$ 44 trilhões.
A Oxfam alerta que este crescimento está sufocando os esforços para erradicar a pobreza e aponta cortes significativos na ajuda humanitária pelos países do G7, que planejam reduzir os repasses em 28% até 2026.
Esses cortes podem resultar na morte de até 2,9 milhões de pessoas até 2030, com 60% dos países mais pobres enfrentando crises de dívidas.
Uma pesquisa realizada em 13 países revela que 90% da população apoia a taxação dos super-ricos para financiar serviços públicos.
A Oxfam propõe uma nova abordagem para o financiamento do desenvolvimento, sugerindo:
- Criar alianças para enfrentar a desigualdade;
- Investir em serviços públicos em vez de depender do setor privado;
- Taxar os ultrarricos;
- Reformar o sistema de dívidas globais;
- Medir o que realmente importa além do PIB.
A Oxfam alerta que trilhões de dólares estão concentrados nas mãos de poucos e que os governos devem ouvir o clamor por mudanças.
As propostas do relatório serão apresentadas na 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento em 30 de junho na Espanha.