França anuncia importante plano de ajuste fiscal para financiar gastos militares
François Bayrou apresenta plano fiscal ambicioso para reduzir déficit e aumentar gastos militares, enfrentando resistência da oposição. Medidas incluem cortes em servidores públicos, congelamento de aposentadorias e eliminação de feriados, levantando preocupações sobre o impacto social.
François Bayrou, primeiro-ministro francês, revelou um plano de ajuste fiscal de 43,8 bilhões de euros (cerca de R$ 282 bilhões) para 2026.
O objetivo é reduzir o déficit público e financiar o aumento dos gastos militares.
Entre as medidas estão:
- Redução do número de servidores públicos
- Congelamento das aposentadorias em 2026
- Uma "contribuição solidária" dos mais ricos
- Eliminação de dois feriados
Bayrou afirmou: "Essa é a nossa hora da verdade," referindo-se ao déficit de 5,8% do PIB em 2024 e uma dívida pública de quase 114% do PIB.
O governo de centro-direita do presidente Emmanuel Macron enfrenta dificuldades para aprovar o orçamento no Parlamento, onde não possui a maioria.
A oposição está disposta a derrubar o governo se não concordar com o orçamento. Bayrou advertiu sobre o aumento da "violência" global e a dívida, que é um "perigo mortal" para o país.
O plano visa reduzir o déficit público para 4,6% do PIB em 2026 e 2,8% até 2029, abaixo dos limites da UE.
Macron também aumentou os gastos militares para 6,7 bilhões de euros em 2026, com um total de 64 bilhões de euros até 2027.
Ainda assim, o caminho para a adoção das medidas será difícil, especialmente em relação aos feriados eliminados, que a líder de extrema direita, Marine Le Pen, chamou de uma "provocação".
Jean-Luc Mélenchon, da esquerda radical, pediu a derrubada do governo, criticando as propostas que visam "destruir o Estado" e beneficiar os ricos.
Bayrou também propôs o fechamento de órgãos públicos improdutivos, cortes em gastos sociais e congelamento de benefícios sociais, entre outras medidas rigorosas.