França aumenta pressão para brecar ou alterar acordo UE-Mercosul
A França intensifica negociações com outros países da UE para deter a ratificação do acordo comercial com o Mercosul. O governo francês busca garantir proteções adicionais para seu setor agrícola diante da pressão crescente por parte da Comissão Europeia.
França intensifica esforços para bloquear ou modificar o acordo comercial com o Mercosul, enquanto a Comissão Europeia se prepara para ratificação.
O diretor-geral adjunto de Comércio, Leopoldo Rubinacci, anunciou que a Comissão adotará a proposta de assinatura até o final de junho.
Acordo em negociação desde 1999 foi concluído em dezembro de 2021, presente na mesa com líderes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Apesar da resistência da França e de outros países da UE, a pressão para a ratificação aumenta, especialmente com o cenário comercial global afetado por tarifas de Donald Trump.
Em 5 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a intenção de assinar o acordo até o final do ano, durante sua presidência do Mercosul.
A Dinamarca, que assumirá o Conselho da UE, destaca na agenda "aprofundar as relações da UE com a América Latina" e "apoiar a ratificação do acordo".
O primeiro passo deve vir da Comissão Europeia, que apresentará o acordo final aos 27 países e ao Parlamento para aprovação.
Macron pediu revisão da cláusula de segurança agrícola, mas a proposta foi descartada pelo comissário Christophe Hansen.
O acordo prevê um bloco comercial com 700 milhões de consumidores, permitindo à UE exportar mais produtos em troca de commodities sul-americanas.
Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, e outros países como Finlândia e Suécia defendem a implementação para atenuar tarifas.
Para evitar vetos franceses, a Comissão pode dividir o tratado em partes, facilitando a ratificação.
A França busca apoio para formar uma “minoria de bloqueio” no Conselho da UE, podendo contar com países como Hungria e Itália.
Ainda assim, o ministério francês não confirmou se esses países se oporiam de fato ao acordo. Paris espera mudanças durante a ratificação.
Publicado por Luisa Cardoso
Com informações da AFP