França aumenta pressão sobre acordo UE-Mercosul em fase crucial
Macron reafirma que o acordo UE-Mercosul precisa de revisões significativas para ser aceito pela França. Enquanto isso, a Comissão Europeia avança com o processo de ratificação, enfrentando resistência de vários países.
Macron diz que acordo UE-Mercosul é inaceitável
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul é "inaceitável em seu estado atual". Ele pediu que o pacto seja "enriquecido" antes da ratificação, que a Comissão Europeia planeja acelerar.
Leopoldo Rubinacci, diretor-geral adjunto de Comércio, anunciou que a proposta de assinatura do acordo será apresentada antes do final do mês ao Parlamento Europeu.
As negociações começaram em 1999 e foram concluídas em dezembro do ano passado em Montevidéu, com a presença de líderes da UE e dos países do Mercosul.
A pressão para ratificação cresce, especialmente após declarações do presidente brasileiro Lula da Silva, que deseja assinar o tratado ainda este ano.
A Dinamarca, próxima presidente do Conselho da UE, também apoia a ratificação, visando aprofundar relações com a América Latina.
Macron destaca a necessidade de revisão em cláusulas que protejam o setor agrícola francês, que teme concorrência desleal com os padrões menos restritivos do Mercosul.
Apesar de a maioria dos líderes da UE não levantarem objeções significativas, Macron mantém sua oposição, defendendo a adição de mecanismos de proteção para mercados agrícolas.
Se a França continuar a bloquear, a Comissão Europeia pode dividir o tratado em dois, facilitando a ratificação.
Macron busca apoio de outros países da UE, como Hungria, Áustria, Iráucia, Holanda, Romênia e Itália, para criar uma "minoria de bloqueio" contra o acordo.
Em resumo, Paris espera mudanças no tratado durante o processo de ratificação, crucial para proteger seu setor agrícola.