França e Reino Unido agora são líderes do poder militar na Europa, diz premiê tcheco
Primeiro-ministro tcheco destaca a importância da França e do Reino Unido em um novo contexto de segurança na Europa. A mudança se dá em resposta à ameaça russa e à necessidade de uma estratégia militar mais assertiva no continente.
França e Reino Unido são agora os líderes do poder militar na Europa, segundo o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, em entrevista ao “Financial Times” (FT), nesta terça-feira (25).
Essa mudança se dá em resposta à ameaça da Rússia e à pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para aumentar os gastos militares.
Fiala destacou que “é o momento em que os Estados mais fortes precisam desempenhar um papel maior”, referindo-se à França e à Grã-Bretanha como as potências nucleares europeias.
A hostilidade do governo Trump em relação a aliados tradicionais e suas aproximações a Moscou têm deixado os países europeus desconfortáveis, especialmente no contexto da guerra da Ucrânia.
Em resposta, França e Reino Unido lideram discussões sobre uma “coalizão de dispostos” para garantir segurança à Ucrânia no pós-conflito, caso Trump consiga negociar um cessar-fogo com a Rússia.
Os dois países têm se revezado na organização de reuniões com líderes europeus para discutir o envio de uma “força de dissuasão conjunta”. O próximo encontro ocorrerá nesta quinta-feira (27), em Paris.
O chefe do Estado-Maior britânico se reunirá com os homólogos franceses na base de Northwood para três dias de planejamento militar junto com outros países da coalizão.
O presidente tcheco, Petr Pavel, sugeriu que a República Tcheca poderia enviar tropas, caso houvesse um acordo. No entanto, Fiala considera a discussão “prematura” sem um cessar-fogo.
Ele ressaltou a necessidade de estar aberto a opções que impeçam futuras agressões russas e declarou que a ameaça russa o levou a reavaliar sua oposição ao papel de liderança dos grandes países europeus, tradicionalmente exercido por Alemanha e França.
“É importante que os países mais fortes estejam ativos e aceitem seu papel de liderança em momentos difíceis”, completou Fiala.