França e Reino Unido vão dividir controle de armas nucleares
França e Reino Unido firmam parceria para coordenar arsenais nucleares, destacando a falta de confiança na segurança oferecida pelos EUA. A medida é uma resposta à crescente ameaça representada pela Rússia na Guerra da Ucrânia.
Reaproximação entre Trump e Europa – Apesar da recente aliança, França e Reino Unido decidiram se unir para coordenar o controle do seu arsenal nuclear de forma independente.
Essa decisão reflete a desconfiança em relação ao guarda-chuva nuclear dos Estados Unidos, especialmente com a ambiguidade de Trump e a percepção de risco trazida pela Guerra da Ucrânia.
O anúncio foi feito pelo presidente Emmanuel Macron e pelo premiê Keir Starmer após a visita de três dias de Macron ao Reino Unido, a primeira desde a saída da União Europeia em 2020.
Starmer afirmou que qualquer ameaça extrema ao continente resultará em uma resposta imediata das duas nações. Um comitê será criado para coordenar o uso do arsenal em tempos de guerra, embora Macron afirme que isso não está relacionado à iniciativa de enviar uma força de paz para a Ucrânia.
Arsenais nucleares:
- Reino Unido: 225 ogivas atômicas, com planejamento no contexto da OTAN.
- França: 290 bombas nucleares, operadas independentemente da OTAN.
Ambos os países possuem submarinos nucleares e mísseis com ogivas atômicas. A OTAN mantém cerca de 100 bombas táticas na Europa. Desde o fim da Guerra Fria, os EUA retiraram parte do seu arsenal nuclear.
A coordenação franco-britânica busca assegurar autonomia para dissuadir a Rússia, com Macron disposto a posicionar Rafale na Alemanha. Essa militarização nuclear gerou críticas de Moscou e aumentou o risco de conflito.
Ainda assim, essa união não mudará o potencial de uma guerra nuclear entre a OTAN e a Rússia, onde Moscou e Washington detêm quase 90% do arsenal nuclear mundial.