Fraude no INSS, cargo fantasma e carona em avião: as polêmicas em torno de Lupi que marcaram o vaivém de governos do PT
Carlos Lupi deixa o ministério após crise e investigação de fraudes no INSS. Sua saída ocorre em meio a críticas por ações tardias e a queda de outros nomes importantes do governo.
Carlos Lupi deixou o cargo de ministro do Trabalho após nove dias da operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) que expôs um esquema de fraudes em descontos associativos do INSS.
A saída de Lupi foi defendida por auxiliares de Lula, que consideraram a demora em agir. O ex-ministro admitiu que “sabia o que estava acontecendo”. Entre 2019 e 2024, entidades investigadas receberam R$ 6,3 bilhões em descontos, mas não se sabe quanto foi pago irregularmente.
O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e depois demitido por Lula.
O histórico de Lupi inclui uma crise semelhante em 2011, quando pediu demissão do Ministério do Trabalho após denúncias de irregularidades. Na ocasião, foi acusado de acumular cargos e ser funcionário fantasma, além de ter viajado em um avião alugado por um empresário com contratos com o ministério.
Lupi, que assumiu a presidência do PDT em 2004, viu sua relação com o PT ser marcada por críticas. Em 2015, declarou que o partido "roubou demais". No novo governo, foi incumbido de reduzir a fila de requerimentos do INSS, que em 2024 alcançou 2,042 milhões de pedidos, o maior número até o momento. O tempo médio de espera foi de 46 dias, acima da meta de 30 dias.
Além disso, Lupi buscou reduzir juros do empréstimo consignado, mas isso levou à suspensão de algumas operações bancárias.