Fraude no INSS: em quase 5 anos, número de descontos aumentou 250%; repasses subiram 650%
Entidades de aposentados e pensionistas têm registrado um aumento expressivo nos descontos não autorizados sobre benefícios do INSS, totalizando quase 8 milhões de beneficiários. Investigação aponta que o esquema pode ter causado um desvio de R$ 6 bilhões desde 2019.
Investigações revelam aumento perigoso de descontos no INSS.
Entidades de aposentados e pensionistas aumentaram em 2,5 vezes a quantidade de descontos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os repasses financeiros, no mesmo período, cresceram 6,5 vezes.
Uma investigação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) mostrou que, desde 2019, associações descontavam parte dos benefícios sem autorização, podendo ter desviado R$ 6 bilhões.
Em março de 2020, havia 2 milhões de beneficiários com descontos; em abril de 2024, este número subiu para quase 8 milhões.
Reembolso solicitado: 1,6 milhões de pessoas pediram a devolução de valores descontados indevidamente.
A auditoria da CGU aponta que, de 2020 a 2024, houve meses com mais de 50 mil descontos novos, demandando uma taxa insustentável de filiações.
O número de associações praticando esses descontos cresceu de 10 em 2020 para 37 em 2025.
Os valores anuais saltaram de R$ 412 milhões (2020) para R$ 2,9 bilhões (2024).
A biometria, implementada em 2021, ajudou a reduzir o número de descontos, com uma queda de quase 1 milhão de associados entre 2024 e 2025.
O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido após a Operação Sem Desconto.