Frigoríficos em acordo com MPF compraram só 4% da carne de áreas desmatadas da Amazônia, contra 54% dos outros
Frigoríficos que aderiram ao programa Carne Legal apresentam apenas 4% de irregularidades, contrastando com os 52% das empresas fora do acordo. A iniciativa visa combater o desmatamento ilegal na Amazônia e tem mostrado resultados positivos nas auditorias.
Frigoríficos aderentes ao programa Carne Legal apresentam apenas 4% de operações irregulares na Amazônia, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Em contraste, empresas fora do acordo têm 52% de "não conformidade".
O programa, que envolve 89 unidades de seis estados (AM, PA, RO, AC, MT e TO), visa garantir que os frigoríficos não comprem carne de áreas desmatadas ilegalmente.
Desde 2009, o MPF realiza monitoramento, utilizando imagens de satélite e documentos de comércio de gado. A iniciativa já mostra resultados positivos, segundo especialistas. O procurador Ricardo Negrini afirmou que há uma tendência de melhora entre auditados.
A JBS, maior produtora de proteína animal do Brasil, reportou 98% de conformidade no programa, um aumento de 4 pontos percentuais desde a última auditoria.
As empresas que não respetam os TACs estarão sujeitas a sanções, incluindo multas e embargos. As auditorias atuais examinam compras de 2022, com as de 2023 e 2024 previstas para conclusão ainda neste ano.
Além do desmatamento ilegal, os TACs exigem que os frigoríficos comprovem a origem da carne, sem vínculos com terras indígenas e áreas de conservação. Porém, o monitoramento de fornecedores indiretos ainda é um desafio.
A pressão sobre os frigoríficos é vista como essencial no combate ao desmatamento. A taxa de desmate caiu 21% de 2022 para 2023, embora a contribuição do programa Carne Legal a essa melhoria ainda não possa ser determinada com clareza.
Rafael Rocha, procurador federal, destacou que um bom desempenho no cumprimento dos TACs é crucial para atender às exigências de consumidores, varejo e bancos.