FT: Empresas em dificuldades financeiras compram bitcoin para salvar 'valuation'

Empresas em dificuldades começam a adotar a estratégia de “tesouraria de criptomoedas” para melhorar sua situação financeira, inspiradas pela fabricante de softwares Strategy, de Michael Saylor.

A empresa iniciou suas compras de bitcoin em 2020, buscando alternativas para proteger seu caixa durante a pandemia. Desde então, as ações da Strategy valorizaram mais de 3.000%, passando de US$ 12 para US$ 395.

Recentemente, a Strategy adquiriu US$ 2,5 bilhões em criptomoedas, aumentando sua avaliação para US$ 115 bilhões. A estratégia permite que investidores se exponham à moeda digital sem comprá-la diretamente, uma opção relevante devido a restrições em países como o Reino Unido e o Japão.

Um número crescente de empresas de diversos setores, como biotecnologia e veículos elétricos, está adotando esse modelo, principalmente as que se encontram em dificuldades financeiras. A Sequans Communications levantou US$ 384 milhões para comprar bitcoins, resultando em uma valorização de suas ações em 160%.

Atualmente, 154 empresas levantaram US$ 98,4 bilhões para a aquisição de ativos digitais. Uma nova métrica, chamada “bitcoins por ação”, foi criada para monitorar a quantidade de criptomoeda por cada ação em circulação.

Embora o modelo esteja em alta, o Financial Times alerta para os sinais de bolha, comparando-o à bolha da internet de 1998. Brian Estes, da Off The Chain Capital, e Eric Benoist, da Natixis CIB, expressam preocupações sobre a queda do preço do bitcoin e a capacidade das empresas de honrar suas dívidas.

Além disso, as tesourarias começam a diversificar suas aquisições, buscando outras criptomoedas como ether e solana. Exemplo disso é a ReserveOne, que levantou US$ 1 bilhão para comprar múltiplas criptomoedas.