Fuga, anistia, 'fritura' de Tarcísio e xingamentos: veja as mensagens entre Bolsonaro, Eduardo e Malafaia
Bolsonaro e filho são indiciados por tentativas de coação em investigação sobre golpe. PF revela mensagens que implicam o ex-presidente em planos de fuga e desobediência a ordens do STF.
Ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, foram indiciados pela Polícia Federal por tentar interferir em um julgamento relacionado a uma trama golpista, onde Bolsonaro é réu. A PF realizou busca e apreensão em propriedades do pastor Silas Malafaia.
O relatório da PF detalha indícios de coação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, incluindo documentos recuperados do celular de Bolsonaro, que mostram desrespeito às ordens do Supremo Tribunal Federal (STF). O prazo para defesa se manifestar é de 48 horas.
Entre os achados no celular, foi localizado um arquivo de 33 páginas solicitando asilo político na Argentina, atribuído à nora de Bolsonaro. O conteúdo alega perseguição política no Brasil.
As mensagens indicam que Bolsonaro tentou planejar a fuga do país para evitar a aplicação de leis penais.
Em uma interação tensa, Eduardo Bolsonaro criticou seu pai após uma entrevista em que Jair o chamou de “imaturo”. Após um xingamento onde Eduardo se referiu a Jair como “ingrato”, ele se desculpou no dia seguinte.
A PF também monitorou diálogos entre os Bolsonaro, onde discutiam comunicações com ministros do STF, especialmente sobre as sanções impostas pelos EUA. Mais de oito ministros tiveram vistos revogados.
O pastor Silas Malafaia orientou Bolsonaro a alavancar um discurso para negociar a anistia a condenados pelo STF em troca do fim de tarifas sobre produtos brasileiros. Malafaia negou ter colaborado para coação de autoridades.
A PF identificou atividades que indicavam os réus potencialmente compartilhando informações sobre as sanções. Mensagens mostram um receio de Bolsonaro em descumprir medidas cautelares, levando à sua prisão domiciliar em resposta aos seus descuidos.
A investigação também revela tentativas de contato entre Bolsonaro e o general Braga Netto, desrespeitando ordens anteriores para não se comunicarem durante a apuração.