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Funcionário do INSS alertou sobre fraudes relacionadas a entidades em 2020

Funcionário do INSS denunciou esquema de descontos ilegais em 2020, mas investigação só começou em 2025. Operação Sem Desconto revela desvio de R$ 6,5 bilhões e afasta autoridades do setor previdenciário.

Funcionário do INSS alertou a Polícia Federal (PF) em 2020 sobre descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas com a Conafer. A operação que desvendou um desvio de até R$ 6,5 bilhões só foi iniciada em 2025, resultando no afastamento do presidente do INSS e do ministro da Previdência.

Um informante procurou a PF após receber ameaças de morte e relatou um crescimento irregular no número de filiados da Conafer. Em janeiro de 2020, a entidade tinha cerca de 80 mil filiados; em outubro, passou para 250 mil, apesar do acordo suspenso.

Um relatório da CGU indicou que a Conafer teve o maior aumento no volume de descontos indevidos, subindo de R$ 400 mil em 2019 para R$ 57 milhões em 2020 e alcançando R$ 202 milhões em 2023.

Em fevereiro de 2021, o funcionário reafirmou as suspeitas na PF após o acordo de desconto em folha ter sido suspenso. A responsabilidade pela análise dos convênios foi repassada, permitindo a reabilitação do acordo.

Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer, negou responsabilidades, atribuindo as falhas à Dataprev e se recusou a revelar seus rendimentos.

A Justiça do DF determinou que a PF assumisse a investigação em 2021, mas o inquérito foi retomado apenas em 2025, com a Operação Sem Desconto em funcionamento. A ação resultou no afastamento do presidente do INSS e do ministro, Carlos Lupi.

A operação revelou que os descontos ilegais movimentaram até R$ 6,5 bilhões entre 2019 e 2024. Além da Conafer, outras associações estão sendo investigadas, e novos desdobramentos são esperados.

A PF já prendeu suspeitos, apreendeu carros de luxo, dinheiro em espécie e documentos comprovando o desvio de recursos.

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