Funcionários da Abin pedem saída de diretor e cogitam greve
Intelis convoca assembleia para discutir afastamento de Luiz Fernando Corrêa da Abin após indiciamento pela Polícia Federal. Funcionários da agência poderão votar sobre indicativo de greve em função do tratamento do governo federal à instituição.
Intelis convoca assembleia para discutir afastamento de Luiz Fernando Corrêa
A Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin) convocou uma assembleia para segunda-feira, 23 de junho de 2025, com o objetivo de debater o afastamento do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa.
A Polícia Federal (PF) indiciou Corrêa no inquérito da “Abin paralela” em terça-feira, 17 de junho. A Intelis considera declarar greve, segundo nota publicada em sexta-feira, 20 de junho.
A PF aponta que Corrêa tentou atrapalhar investigações relacionadas à “Abin paralela”, que envolveu outros indiciados, como o vereador Carlos Bolsonaro e o ex-diretor Alexandre Ramagem.
Em nota, a Intelis criticou a permanência de Corrêa, afirmando que “compromete a credibilidade da Agência e representa um risco ao funcionamento isento e técnico da Inteligência de Estado”.
Durante a assembleia, os funcionários da Abin irão deliberar sobre um indicativo de greve em protesto ao tratamento do governo federal à Inteligência de Estado, citando falta de diálogo e falta de controle por parte da PF e do Ministério da Justiça.
Corrêa foi nomeado em 30 de maio de 2023, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Intelis já havia pedido sua saída em 17 de junho, mencionando o afastamento de trabalhadores da Abin citados nas investigações.
A entidade aponta que é “absurdo” manter Corrêa no cargo, considerando o histórico de escândalos na gestão da PF. Um relatório da PF, divulgado em julho de 2024, revelou que grupos suspeitos monitoraram adversários políticos, incluindo ministros do STF e jornalistas, usando software espião.