Fundador da JBS toca sino da bolsa de Nova York, em cerimônia de listagem da empresa nos EUA
JBS faz sua estreia na Bolsa de Nova York com a presença dos irmãos Batista, que retornaram ao cenário empresarial após escândalo de corrupção. O evento marca um novo capítulo para a empresa, que almejou a listagem por mais de uma década.
José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tocou o sino da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em 25 de outubro, marcando a entrada da empresa no mercado de ações dos EUA.
Presentes na cerimônia, os irmãos Joesley e Wesley Batista retornam ao comando do grupo após uma década marcada por prisão e escândalo de corrupção na Lava Jato.
O registro da JBS na bolsa americana, um objetivo do grupo desde 2009, ocorre em um momento em que os irmãos reconquistaram influência política no Brasil. Wesley Batista, por exemplo, participou recentemente de um evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendendo o otimismo em relação à economia.
A JBS compete diretamente com a Tyson Foods no mercado de carne bovina dos EUA e possui operações em mais de 20 países. A subsidiária Pilgrim's Pride fez uma doação de US$ 5 milhões ao comitê de Trump-Vance, levantando preocupações sobre um possível “acordo de troca de favores”, conforme questionado pela senadora Elizabeth Warren.
Os irmãos Batista foram envolvidos em um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil, confessando subornos a políticos e enfrentando prisão. Porém, em 2023, uma decisão judicial suspendeu uma multa de aproximadamente R$ 10 bilhões relacionada ao esquema, e a CVM absolveu os irmãos das acusações de insider trading.
A reabilitação política e econômica da JBS e de seus líderes marca uma nova fase para o grupo, que busca expandir suas operações em diversos setores, incluindo bancos, energia e logística.