Funding Imobiliário: LCI muda ponteiro da precificação do crédito imobiliário

Queda na captação da poupança e saques constantes estão afetando o funding imobiliário, levando o mercado a discutir novas formas de financiamento.

Durante o painel “Desafios do Funding Imobiliário para o financiamento à aquisição” no Abecip Summit 2025, Sandro Gama, presidente da Abecip, destacou as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) como uma solução emergente, mas enfatizou a necessidade de manter a previsibilidade nas regras.

Ele também alertou que mudanças nas LCIs, como taxações, impactariam diretamente o funding. A tributação sobre as LCIs está em análise devido a alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Romero Albuquerque, diretor de crédito imobiliário do Bradesco, mencionou que um aumento de 5% no imposto poderia significar um custo adicional de 0,8% no crédito para o tomador.

Priscilla Ciolli, do Itaú, enfatizou a segurança jurídica necessária para evitar aumentos nos custos de captação. O financiamento imobiliário é afetado pela taxa básica de juros, que atualmente está em 15%. Gama acredita que, com cortes esperados nas taxas, o mercado pode se aquecer em breve.

Apesar das expectativas de queda na Selic, Albuquerque acredita que o setor não verá taxas de um dígito logo. Ele ressaltou que mudanças no contexto macroeconômico serão necessárias para isso.

Uma proposta para melhorar o funding é a alteração do percentual de depósitos compulsórios da poupança, mas Gilneu Vivan, do Banco Central, afirmou que isso não resolveria o problema de imediato.

Vivan destacou que a discussão em torno do funding deve considerar todos os agentes do setor, propondo uma transição gradual que pode levar cerca de 10 anos para ser concluída.