Fundos sofrem o maior saque mensal do ano, puxado pelas carteiras de crédito privado
Os resgates em fundos de investimento atingem o maior patamar do ano com R$ 68,4 bilhões em abril. A crise de rentabilidade nos fundos de renda fixa e a atração dos altos juros seguem impulsionando a fuga de investidores.
Resgates de Fundos de Investimentos em Abril
Os cotistas de fundos de investimento retiraram R$ 68,4 bilhões em abril, a maior retirada mensal do ano e o quarto saque seguido.
Renda Fixa: Os fundos de renda fixa foram os mais afetados, com resgates de R$ 31,2 bilhões. Isso aconteceu após aplicações de R$ 8,3 bilhões em março. A queda nas remunerações, especialmente em fundos de crédito privado, contribuiu para as retiradas.
Gestores tornaram-se mais seletivos devido à maior taxa de inadimplência provocada pelos altos juros. A expectativa é que os fundos de crédito privado ainda liderem as aplicações, apesar da aversão ao risco.
Fundos Multimercados: Em abril, resgates totalizaram R$ 23 bilhões, após captação de apenas R$ 636,7 milhões em março. Alguns fundos começam a apresentar melhor remuneração, mas a recomendação é investir pensando em prazo maior.
Fundos de Ações: Registros de saques de R$ 8,7 bilhões mesmo com alta de 11% do Ibovespa. Os elevados juros de renda fixa seguem atraindo investidores.
Outros Fundos: Registraram saques os FIDCs (R$ 3,4 bilhões), fundos de previdência (R$ 1,8 bilhão) e ETFs (R$ 595 milhões). Apenas fundos cambiais e FIPs tiveram mais aplicações.
Acumulado do Ano: Os cotistas retiraram R$ 91,1 bilhões em 2023. Os fundos multimercados lideram as saídas com R$ 65,7 bilhões. Fundos de ações, FIDCs, e previdência também registram retiradas.
No lado positivo, a renda fixa acumulou R$ 22,2 bilhões em aplicações, acompanhados por R$ 6,7 bilhões em FIPs e R$ 1,2 bilhão em ETFs.