Galípolo afirma que há ruído na transmissão da política monetária
Gabriel Galípolo destaca a complexidade dos mecanismos de política monetária no Brasil em comparação a outros países. Ele aponta a discrepância nas taxas de juros que impactam empresas e famílias, evidenciando um ruído na transmissão dessas políticas.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que os mecanismos de transmissão da política monetária no Brasil podem não funcionar de maneira tão fluida quanto em outros países.
A declaração foi feita em uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, no dia 9.
Galípolo questionou a possibilidade de sustentar juros reais de 10% enquanto se mantém o menor nível de desemprego e o maior nível de renda das famílias na série histórica:
- “Isso sugere que talvez os mecanismos de transmissão da política monetária não funcionem com a mesma fluidez no Brasil como em outros países”
O presidente do BC também destacou um ruído na transmissão da política monetária:
- Empresas têm acesso a subsídios que permitem captar recursos a taxas inferiores à taxa livre de risco;
- Famílias enfrentam crédito caro, muitas vezes utilizando crédito rotativo.
“Você percebe que tem um tipo de ruído na transmissão de política monetária”, afirmou Galípolo.
Por fim, ele reiterou que a autonomia da autoridade monetária não deve significar menos responsabilidade em prestar contas à sociedade.