Galípolo contradiz Haddad e diz que transição no BC foi “exemplar”
Gabriel Galípolo elogia transição no Banco Central enquanto ministro da Fazenda levanta críticas. Aumento da taxa Selic visa controlar inflação acima da meta estabelecida.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou que a transição de comando na instituição foi “exemplar”. Ele elogiou o ex-presidente Roberto Campos Neto, criticado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Haddad, em 12 de maio, descreveu a troca como “complexa” e com “constrangimentos”, comparando-a à sua experiência com Paulo Guedes, ex-ministro da Economia no governo Bolsonaro.
Galípolo, que foi secretário-executivo de Haddad, destacou os méritos de Campos Neto e dos ex-diretores do BC na transição, afirmando que ela aumentou a confiança na política monetária.
Durante a participação por videoconferência no 11º Seminário Anual de Política Monetária da FGV, Galípolo expressou satisfação por ser o 1º presidente escolhido após a autonomia operacional do BC, sancionada em 2021.
Ainda em maio, o BC elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006, em resposta à inflação acima da meta de 3%. A taxa do IPCA foi de 5,53% nos 12 meses até abril.
Galípolo observou que as expectativas inflacionárias estão desancoradas por um tempo mais longo, com o fator doméstico tendo maior peso. Ele destacou que o crescimento econômico surpreendeu os agentes financeiros.
O Copom mencionou que a melhoria no mercado de trabalho ajuda na elevação do consumo e que a desaceleração do mercado de trabalho pode preparar o caminho para a futura queda da Selic.
As projeções atuais indicam que a Selic deve cair somente em 2026, e Galípolo afirmou que a taxa permanecerá alta por um período “bastante prolongado”.