Galípolo contradiz Haddad outra vez e defende voto de Selic a 15%

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, votou para aumentar a taxa Selic para 15% ao ano, em contraste com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Galípolo, em reunião no dia 18 de junho, optou por elevar a taxa de 14,75% para 15%, em decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária). Haddad atribuiu a alta à gestão do ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, que deixou o cargo há 6 meses.

Em resposta, Galípolo afirmou que suas colocações são consistentes com o diálogo que mantém com o ministro.
“O que eu falo publicamente é o que eu falo para o Fernando [Haddad]”, declarou.

O Banco Central também apresentou o Relatório de Política Monetária, que aumentou a projeção do PIB para 2025 de 1,9% para 2,1% e reduziu a estimativa de inflação de 5,1% para 4,9%.

A Selic foi elevada para 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos, com previsões de que esse nível se mantenha por um longo período. O BC avalia que a desaceleração econômica é necessária para a inflação convergir para a meta.

Galípolo indicou que não há um único índice que determine um aumento na taxa Selic, mas afirmou que o BC analisa vários indicadores.
“Não hesitaremos em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, disse.

Além disso, o CMN estabeleceu novas regras para o relatório sobre metas de inflação, agora com uma meta contínua de 3% válida até meados de 2027.

• A nova regra estipula que um descumprimento ocorrerá se a inflação ficar acima ou abaixo do intervalo permitido por mais de 6 meses.
• O BC tem obrigação de publicar razões para eventuais descumprimentos em um relatório.

O objetivo do novo relatório é apresentar o desempenho da meta de inflação e as avaliações prospectivas sobre a inflação.