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Governo brasileiro busca minimizar os efeitos do tarifaço de Trump com a MP Brasil Soberano, disponibilizando até R$ 50 bilhões para apoiar exportadores. Críticas surgem sobre os impactos fiscais e monetários do pacote, além das incertezas quanto ao cumprimento das exigências de manutenção de empregos.
Medidas compensatórias para exportadoras brasileiras foram anunciadas em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump. A Medida Provisória (MP) Brasil Soberano visa ajudar empresas que exportam para os EUA, mas a eficácia das concessões ainda é incerta.
Um estudo do Cedeplar revela que, em 2 anos, o PIB do Brasil pode reduzir entre R$ 12 bilhões a R$ 31 bilhões, enquanto as exportações totais poderiam encolher em US$ 4,2 bilhões e resultar na perda de 57.000 a 188.000 empregos.
A possibilidade de Trump intensificar sanções e de cancelar vistos de brasileiros aumenta a pressão sobre o Brasil. Contudo, há espaço para o relaxamento das sobretaxas, caso a pressão interna se intensifique.
A MP inclui linhas de crédito com juros subsidiados, reduções de alíquotas e adiamentos de impostos, totalizando cerca de R$ 50 bilhões disponíveis. O pacote visa fornecer tempo para as empresas se adaptarem e redirecionarem suas produções.
Críticas surgiram sobre potenciais conflitos com a política monetária do Banco Central e questões fiscais. A MP exige que as empresas mantenham empregos como contrapartida, com um novo mecanismo de fiscalização a ser estabelecido.
A incerteza persiste sobre a eficácia real da MP e sua repercussão na economia brasileira diante do cenário volátil das relações comerciais com os EUA.