Gasolina e diesel atingem maior defasagem desde janeiro com alta do petróleo
A defasagem nos preços do diesel e da gasolina chega aos maiores níveis desde janeiro, mas a Petrobras pode adiar reajustes em meio à volatilidade do mercado. A instabilidade geopolítica e a alta do petróleo geram tanto benefícios como desafios para a estatal e a economia brasileira.
Preço do petróleo dispara, aumentando a defasagem no preço interno do diesel a níveis de janeiro de 2025.
Na abertura do mercado, o preço do diesel estava R$ 0,58 abaixo da paridade de importação. Nas refinarias da Petrobras, a defasagem era de R$ 0,61.
Esses valores são os maiores desde 22 de janeiro, antes do primeiro reajuste do ano de R$ 0,22 por litro. Para a gasolina, a defasagem é de R$ 0,24 e R$ 0,26 nas refinarias.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comentou que a empresa aguardaria para evitar repassar volatilidades ao consumidor. O cenário de alta no petróleo é recente e a cúpula da empresa mantém a mesma avaliação.
A situação geopolítica, com a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã, aumentou o risco de interrupções no fluxo de combustíveis pelo canal de Hormuz, pressionando ainda mais as cotações internacionais.
O petróleo Brent teve a maior cotação em cinco meses, mas recuou levemente. Apesar disso, caminha para a terceira semana consecutiva de alta, levantando preocupações sobre seu impacto na inflação.
Analistas do banco UBS esperam um prêmio de risco para o petróleo no curto prazo, mesmo sem uma decisão do aiatolá sobre o fechamento do canal de Hormuz.
Embora petróleo caro beneficie o Brasil, que é um grande exportador, também pressiona a política de preços da Petrobras. Roberto Monteiro, da Prio, afirmou que é complicado ver a guerra como algo positivo, mas ressaltou a estabilidade geopolítica do Brasil.
Analistas do Itaú BBA indicam que altos preços de petróleo podem desafiar a execução da política de preços da Petrobras, gerando preocupações para investidores.