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Gestores correm para garantir benefício em debêntures incentivadas

Gestores de fundos aceleram emissões de debêntures incentivadas, temendo mudanças nas regras fiscais. A demanda por títulos de infraestrutura cresce, impulsionada por juros altos e benefícios fiscais ainda válidos.

Gestores de fundos de crédito do Brasil estão em busca de aproveitar a crescente demanda por debêntures incentivadas, com o “medo de ficar de fora” (FOMO) impulsionando emissões antes que os benefícios fiscais possam ser reduzidos.

Gestoras como Sparta Fundos de Investimento, Absolute Investimentos e JGP Asset Management estão acelerando captações por títulos isentos, principalmente os ligados à infraestrutura.

O governo propôs um imposto de 5% sobre rendimentos a partir do próximo ano. Essa medida, ainda a ser analisada pelo Congresso, pode afetar a isenção de títulos que financiam setores como agricultura, imobiliário e infraestrutura.

Fayga Delbem, da Itaú Asset Management, observa que o mercado reagiu rapidamente às incertezas sobre a nova regulamentação, com aumento de fluxo e fechamento de spreads. Os rendimentos de títulos vinculados à infraestrutura caíram cerca de 15 pontos após o anúncio da medida.

As autoridades do Banco Central defenderam uma política cautelosa diante da incerteza econômica, já que o Brasil enfrenta tarifas altas dos EUA. O apetite por renda fixa cresce, mas o investidor estrangeiro permanece contido.

O primeiro semestre de 2023 apresentou um recorde de R$ 74,5 bilhões em emissões de debêntures, e gestores esperam um aumento contínuo. As alterações propostas nas regras deverão valer apenas para títulos emitidos após 31 de dezembro.

Antonio Pedro Teixeira, da JGP, planeja acelerar os dois fundos de infraestrutura que já estava estruturando, esperando captar mais após a medida provisória. A Sparta espera expandir seus ativos de R$ 17 bilhões para mais de R$ 20 bilhões até o final do ano, impulsionada pela demanda por títulos incentivados.

Daniela Gamboa, da SulAmerica Investimentos, alongou carteiras de infraestrutura, buscando o fechamento dos spreads. A Absolute reabriu seus fundos para atrair novos clientes, com expectativa de que os investidores busquem oportunidades ainda este ano.

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