Gigantes da Bolsa conseguem amortecer impacto do tarifaço, mas empresas menores sangram
Tarifaço dos EUA provoca desvalorização expressiva das ações de small caps brasileiras. Empresas como Jalles Machado e Taurus são as mais afetadas, enquanto grandes players conseguem contornar os efeitos da sobretaxa.
Tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros pode afetar empresas na Bolsa de Valores.
Gigantes como Marfrig conseguem driblar a sobretaxa de 50%, mas small caps como Jalles Machado, Recrusul e Taurus são mais impactadas.
Levantamento da Elos Ayta Consultoria mostra que, desde o anúncio do tarifaço em 9 de julho, 17 das 20 maiores quedas de ações na B3 são de small caps.
Marfrig:
- Valor de mercado: R$ 18,6 bilhões.
- Vendas para os EUA: 27 mil toneladas (7 mil brasileiras).
- Impacto na receita: inexpressivo, queda de 1,4% nas ações.
Minerva:
- Mercado dos EUA representa 16% da receita.
- Queda proporcional das ações: 8%.
Jalles Machado:
- Queda de 15,5% nas ações.
- Setor de açúcar enfrenta preços internacionais baixos.
Raízen: Ações caíram 23%; dívida líquida: R$ 54,8 bilhões.
Taurus: Ações desvalorizaram 31,75%, reforçando operações nos EUA.
Não há vencedores claros do tarifaço; variações são mais influenciadas por fatores internos.
Especialistas recomendam cautela e não mudanças precipitadas nas carteiras, considerando o cenário econômico.
Impacto indireto: alta do dólar pode pressionar inflação. A saída de investimento estrangeiro causou retirada líquida de R$ 6,27 bilhões em julho.
Expectativa: Selic em 15% até o fim do ano, afetando a Bolsa e impulsionando a renda fixa.
Incertezas políticas e eleições de 2026 também pesam sobre as decisões de investimento.
Oportunidades estão no setor doméstico: varejo, saúde, construção civil, e serviços básicos.