Goldman Sachs deixa de ter nome entre sócios da Oncoclínicas após transferência entre fundos
Goldman Sachs se despede da Oncoclínicas após reestruturação acionária, transferindo ações para o fundo Centaurus. A mudança gera questionamentos sobre a obrigatoriedade de uma oferta pública de aquisição devido à nova participação relevante na empresa.
Goldman Sachs (GS) deixará de ser acionista da Oncoclínicas após transferências de ações para quatro fundos, todos com o pré-nome Josephina.
As mudanças no quadro acionário não foram refletidas no site da empresa.
O Centaurus adquiriu 16,05% da Oncoclínicas e estruturou uma operação financeira, enquanto o GS manteve 4,95% via Fundo Josephina II.
A Oncoclínicas enfrenta questionamentos da Associação Brasileira de Investimento, Crédito e Consumo (Abraicc) sobre a falta de convocação para uma oferta pública de aquisição de ações (OPA), após a Centaurus ultrapassar 15% de participação.
O estatuto da Oncoclínicas exige a OPA quando um investidor atinge essa marca. A reorganização dos fundos Josephina ocorreu em novembro de 2022, com o Centaurus sendo um dos investidores.
No site de Relações com Investidores, o Fundo Josephina III aparece com 16,05% de participação, enquanto o GS tem 20,76%.
A Abraicc busca esclarecimentos sobre a relevância acionária da Centaurus e possível OPA, além de verificar se a participação indireta já configurava a necessidade de convocação.
Com dificuldades financeiras, a Oncoclínicas atraiu investimentos, incluindo uma fatia de 10,19% da Latache, que tentou adquirir a participação do GS, mas foi recusada.
O Banco Master também entrou na Oncoclínicas com 19,9% após uma capitalização de R$ 1,5 bilhão, com o fundador Bruno Ferrari mantendo 8,41%.
Originalmente, em 2015, o Goldman Sachs detinha 60% da empresa, mas sua participação foi diluída por não participar de dois aumentos de capital.