Golpe era chamado de “churrasco” por aliados de Bolsonaro, aponta PGR
Procuradoria revela que integrantes do plano de golpe de Estado usavam "churrasco" como codinome em mensagens. A manifestação busca a condenação de Jair Bolsonaro e outros envolvidos na tentativa de ruptura democrática em 2022.
Aliados de Jair Bolsonaro usaram o termo "churrasco" como codinome para um plano de golpe de Estado, segundo as alegações finais do processo que investiga a tentativa de ruptura democrática em 2022.
A manifestação foi protocolada no Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (14) e pede a condenação de Bolsonaro, do tenente-coronel Mauro Cid e outros seis réus do chamado "núcleo crucial".
O procurador-geral Paulo Gonet afirmou que a expressão foi utilizada em conversas entre manifestantes, militares e financiadores dos atos antidemocráticos. Um dos participantes, Aparecido Andrade Portela, pressionou Cid sobre a realização do plano, mencionando que “o pessoal que colaborou com a carne” estava cobrando a efetivação do churrasco.
Cid respondeu que o golpe era um "ponto de honra" e que conversaria com o grupo.
Outro manifestante, Rodrigo Yassuo, também usou o termo em mensagens ao general Mário Fernandes, mencionando a necessidade de discutir "aquele churrasco" antes de uma manifestação em 10 de dezembro de 2022.
A PGR ressaltou o papel central de Jair Bolsonaro na articulação do golpe, destacando sua responsabilidade pela disseminação de fake news e ataques às instituições. O procurador escreveu que “cabe a responsabilização do réu pelos crimes descritos na denúncia”.
O processo está na fase final, com prazos abertos para manifestações das defesas, e o julgamento pode ocorrer no segundo semestre deste ano.