Gonet diz que Bolsonaro divulgou inquérito sigiloso do TSE de forma indevida
Procurador destaca a nova posição da PGR sobre a divulgação indevida de Bolsonaro e reforça a possibilidade de responsabilização. O caso, que estava paralisado, pode agora ganhar novos desdobramentos no STF.
Procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou indevidamente e de forma distorcida o conteúdo de um inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre o ataque hacker ao TSE em 2018.
A manifestação foi apresentada nas alegações finais no processo da trama golpista, atualmente em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Embora o vazamento esteja em um inquérito específico parado no STF, a declaração de Gonet marca uma nova postura da PGR, podendo reabrir o debate sobre a responsabilização de Bolsonaro por violação de sigilo, como indicado pela PF em 2022.
A afirmação de Gonet contrasta com a de seu antecessor, Augusto Aras, que pediu o arquivamento do caso, alegando que o inquérito não estava sob sigilo.
A PF concluiu que Bolsonaro cometeu crime ao divulgar detalhes da investigação em 2021, durante sua campanha contra as urnas eletrônicas, levando o TSE a enviar notícia-crime ao STF, que abriu o inquérito.
Apesar das acusações, o caso ficou parado por mais de dois anos, com vários pedidos de arquivamento.
Na sua manifestação, Gonet afirmou:
- "O inquérito n. 1.361, diferentemente do que afirmou o réu, jamais teve como objeto a verificação da integridade das urnas eletrônicas."
- "O caráter sigiloso do inquérito era preexistente, sendo seu conteúdo indevidamente divulgado ao público."
Gonet rebate o discurso de fraudes eleitorais, indicando que Bolsonaro usou um inquérito sigiloso para espalhar desinformação.
A nova posição da PGR pode impulsionar o STF a reavaliar a continuidade do inquérito, embora Gonet não tenha se manifestado explicitamente sobre a reabertura do caso.