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Google decidiu não oferecer a sites opção que vetava o uso de conteúdo para treinar IA, revela documento

Google optou por não permitir que editores excluam conteúdo do uso em IA, priorizando eficiência no treinamento de modelos. A decisão gera controvérsia e preocupa publicadores, que temem a perda de tráfego e receita.

Google descarta consulta a editores sobre uso de dados para IA

Um documento interno do Google, revelado em um julgamento antitruste, mostra que a empresa considerou, mas decidiu não permitir que sites optassem por não ter seu conteúdo usado no treinamento de modelos de Inteligência Artificial.

A escolha foi motivada pela dificuldade que isso traria ao treinamento, conforme indicado por Chetna Bindra, executiva do Google Search. A política impõe que editores que desejam aparecer nas buscas devem permitir o uso de seus dados.

O Google realizou uma "atualização silenciosa" de sua política, resumida como: "Faça o que dizemos, diga o que fazemos — mas com cuidado".

Domínio e impacto

Com mais de 90% do mercado de buscas, o Google exerce forte domínio, dificultando a proteção dos dados pelos editores. Muitos acabaram cedendo à pressão, mesmo com preocupações sobre o uso do conteúdo para geração de respostas de IA, como no AI Overviews.

Um especialista afirmou que o Google sabia das alternativas, mas escolheu a abordagem mais conservadora, limitando o controle dos sites.

Propostas do Departamento de Justiça

  • Permitir que sites escolham não participar do treinamento de modelos de IA sem penalidades.
  • Alternativa de optar por não ter conteúdo usado em determinados recursos de IA, mas continuar aparecendo nas buscas.
  • Opção de excluir dados do processo de "grounding" para evitar erros em respostas geradas.

A empresa redirecionou editores para a ferramenta "no snippet", que reduz draticamente o tráfego dos sites.

Resposta do Google

Um porta-voz afirmou que os editores já controlam como seu conteúdo é disponibilizado e que o documento é preliminar, não refletindo decisões reais. Apesar disso, a integração da IA na busca foi amplamente adotada pelo Google.

Consequências para editores

Após o lançamento do AI Overviews, o tráfego em vários sites caiu. A CEO da Infactory, Brooke Hartley Moy, alertou que a IA poderia ultrapassar o conteúdo humano, colocando os editores em risco.

A decisão de não incluir o sistema de Recuperação Aumentada por Geração (RAG) é vista como um movimento para que o Google mantenha seu poder de mercado, prejudicando a posição negociadora dos sites.

Complexidade na implementação

Segundo testimonhos, criar diversas opções de recusa para diferentes produtos seria complicado e onerosos, segundo Liz Reid, chefe de busca do Google.

Ela explicou que modelos separados precisariam ser criados, o que adicionaria "uma complexidade enorme" ao sistema.

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