Google enfrenta primeiros processos de empresas de mídia por resumos de IA
Penske Media processa Google por uso não autorizado de conteúdo em resumos de IA, alegando queda significativa de audiência e receita. A ação destaca a crescente insatisfação da indústria de mídia com a forma como a big tech utiliza informações de terceiros sem compensação.
Penske Media, grupo responsável pela Rolling Stone e The Hollywood Reporter, processou o Google por uso indevido de conteúdos em resumos de inteligência artificial. A ação alega que esses resumos, que aparecem acima dos resultados de busca, reduzem a audiência dos veículos responsáveis pelas publicações.
O Google lançou o AI Overviews em maio de 2024, uma ferramenta que fornece informações diretamente nas buscas. A Penske afirma que cerca de 20% dos resultados de busca com links de suas publicações já incluem esses resumos, e a receita de links afiliados caiu em 30% desde o final de 2024.
A empresa argumenta que esse modelo quebra o acordo tradicional, onde o Google lucra com publicidade enquanto os sites se beneficiam do tráfego. Com os resumos, os usuários perdem o interesse em clicar nos links para acessar o conteúdo original.
O porta-voz do Google, José Castañeda, defende o AI Overviews, afirmando que enriquece as buscas e gera mais tráfego a sites. Contudo, dados da Similarweb mostraram uma queda de 26% no tráfego orgânico de sites de notícias desde o lançamento da ferramenta, com buscas “zero-clique” aumentando de 56% para 69%.
Uma pesquisa do Pew Research Center indica que resumos de IA diminuem a probabilidade de cliques em links externos, com menos de 1% das pessoas clicando nas fontes citadas. Apesar da queda na audiência, muitas empresas de mídia ainda dependem do tráfego do Google, mas o processo pode sinalizar uma mudança na postura do setor, com mais contestações judiciais à vista.