Governança preditiva: o salto de dados do IBGE

Novidade no Setor Público: A nova plataforma de geodados do IBGE, em parceria com o Serpro, aponta para um avanço estratégico na administração pública.

Em vez de criar mais normas, a iniciativa busca organizar e usar informações já disponíveis de maneira inteligente.

A plataforma integra dados demográficos, socioeconômicos e territoriais, permitindo atualizações ágeis e uma visualização clara da realidade brasileira.

• Envolve 8 ministérios.
• Baseia-se no Singed (Sistema Nacional Soberano de Geociência, Estatísticas e Dados).

O objetivo é eliminar a fragmentação entre bases oficiais e permitir inferências rápidas, como:

• Estimativas de deslocamentos populacionais;
• Mapeamento de áreas urbanas irregulares;
• Identificação de sinais de evasão escolar.

A plataforma busca transformar a lógica reativa em uma abordagem predictiva.

A distância entre a coleta e a aplicação de dados tem sido um gargalo por décadas. A nova ferramenta promete reduzir esse descompasso, contanto que haja:

• Continuidade;
• Regras claras de governança;
• Acesso transparente.

Casos internacionais, como na França e no Canadá, mostram o valor do cruzamento de dados para decisões públicas. No Brasil, o LabContas do TCU já utiliza essa abordagem para auditorias.

O setor privado também pode se beneficiar, utilizando informações georreferenciadas para melhor planejamento e redução de riscos.

Entretanto, a tecnologia sozinha não garante sucesso. Serão necessários:

• APIs reguladas para testes em ambientes controlados;
• Estímulo à Data Philanthropy entre empresas;
• Governança plural com participação de diversos atores.

Conforme enfatiza Esther Duflo, políticas eficazes se baseiam em evidências. Este projeto do IBGE pode mudar a forma como o Brasil planeja e toma decisões, destacando a importância de como os dados são utilizados.