Governo afasta membros de entidades de conselho da previdência às vésperas de reunião sobre INSS
Representantes de aposentados e pensionistas são afastados do Conselho em meio a investigações de fraudes no INSS. A medida visa proteger a imagem do CNPS durante a apuração das irregularidades nos descontos de benefícios.
A crise do INSS ganha novos desdobramentos nesta segunda-feira (26), com a destituição de representantes de aposentados e pensionistas do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social).
O Ministério da Previdência Social informou, na sexta-feira (23), sobre o afastamento durante investigações de fraudes em benefícios. Esses representantes ocupam assentos em nome de entidades formalmente investigadas.
O CNPS define diretrizes para a Previdência, composto por governo, trabalhadores e aposentados. Relatos indicam que a suspensão foi comunicada pelo secretário-executivo Adroaldo da Cunha Portal, visando proteger a imagem do conselho.
Dos seis representantes de aposentados, três entidades foram avisadas da destituição, enquanto uma se afastou por iniciativa própria. A medida será formalizada antes da reunião presidida pelo ministro Wolney Queiroz.
Os presidentes do INSS e da Dataprev farão informes sobre a apuração de irregularidades, e conselheiros ameaçam recorrer ao MPF e TCU, reivindicando direito à participação na reunião.
A ex-titular do CNPS, Tonia Galleti, está entre os excluídos, e classifica a decisão como arbitrariedade. O Sindnapi, do qual ela representa, está na lista de investigadas.
O representante do Sintapi, Gerson Maia, protesta contra a destituição e destaca a trajetória do sindicato com 3.500 associados.
Obede Muniz, da COBAP, considera a atitude governamental ilegal e antidemocrática, ressaltando que nenhum ordenamento jurídico justifica esse afastamento.
A Contag decidiu se afastar até o fim das investigações, afirmando ter sempre atuado com ética.