Governo brasileiro corre pra antecipar abertura do Japão à carne bovina após tarifaço dos EUA

Governo brasileiro busca abrir o mercado japonês para a carne bovina brasileira, em resposta às tarifas impostas pelos EUA. O Ministério da Agricultura antecipa tratativas visando a exportação para o Japão, cuja abertura é uma prioridade do governo.

O Japão, terceiro maior mercado de carne bovina do mundo, ainda não importa a proteína brasileira. Com a sobretaxa americana de 50%, o Brasil espera absorver parte das exportações para o Japão, que consome 700 mil toneladas de carne ao ano.

A alíquota japonesa sobre a carne brasileira é de cerca de 40%. O governo japonês indicou que a abertura pode começar pelos Estados do Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que possuem reconhecimento de livre de febre aftosa.

O ministro Carlos Fávaro explicou que as tratativas são graduais e dependem de auditoria da autoridade sanitária japonesa. As expectativas foram renovadas após o Brasil ser reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação.

Frigoríficos de pequeno e médio porte estão pressionando os governos estaduais para a inclusão de seus Estados na abertura do mercado, embora Fávaro critique essa postura como oportunista.

A abertura do mercado japonês é uma antiga ambição da indústria brasileira, dada a alta demanda por cortes de qualidade. A negociação ocorre há mais de 20 anos e foi acelerada após visitas de autoridades japonesas ao Brasil.

O processo de abertura requer 12 etapas; o Brasil já avançou em metade. O relatório de auditoria das autoridades japonesas é aguardado, sem prazo definido para conclusão. Além do Japão, o governo busca abrir mercados na Coreia do Sul e Turquia.